O zoológico de vidro
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Assistência de cenografia, Cenografia
Ficha técnica
texto: Tennessee Williams
tradução: Marcos Daud
direção: Ulisses Cruz
elenco: Cássia Kiss, Kiko Mascarenhas, Karen Coelho e Erom Cordeiro
cenografia: Helio Eichbauer
figurinos: Beth Filipecki e Reinaldo Machado
iluminação: Domingos Quintiliano
visagismo: Vavá Torres
preparação corporal: Luiza Continentino
música original: Victor Pozas
orquestração: Roberto Pollo e Victor Pozas
designers de som: Laércio Salles e Victor Pozas
design gráfico: Gal Oppido
assistente de direção: Fabiano Ryff
assistente de cenografia: Luiz Henrique Sá
ateliê de figurino: Thanara Shornadie
assistente de design: Diego Souza
pesquisa e assistência musical: Álvaro de Almeida
cenotécnico: Estevão Nascimento
pintura de arte: Naira Sant’ana Ferreira e Helô Cardoso
serralheria: Jonathan Salles
efeitos sonoros: Laércio Salles
direção de produção: Radamés Bruno
produção executiva: Alina Lyra e Yara Souza (RJ); Marcella Castillo, Maria Fernanda Tavares, Egberto Simões e João Marcelo Ribeiro (SP)
direção administrativa: Fernando Morales
assessoria de imprensa: Célia Forte, Selma Morente e Daniela Bustos
produção: Cult / Claudia Andrade e Mário Martini
2009
O Zoológico de Vidro foi uma montagem da versão brasileira do original de Tennessee Williams À Margem da Vida (The Glass Menagerie) por Marcos Daud.
A montagem estreou em São Paulo, no SESC Anchieta, no dia 16 de janeiro de 2009, com temporada até dia 22 de fevereiro. A temporada carioca, no Teatro Maison de France, estreou dia 18 de junho do mesmo ano.
Sobre a peça
Amanda Wingfield e seus filhos, Tom e Laura, residem em St. Louis, no Meio Oeste americano, em plenos anos 30. Ao mesmo tempo em que há Guernica e revoluções acontecendo mundo afora, a sociedade americana está cega (nas palavras do candidato a escritor Tom Wingfield, que trabalha num entediante depósito de calçados e, inquieto, chega a escrever poemas nas caixas de sapatos).
Amanda vive o passado, quando era uma bela e falante jovem em Blue Mountain, uma fictícia propriedade rural da família, muito antiga (das colheitas de algodão e escravos), no Sul dos Estados Unidos, e vislumbra um futuro brilhante para seus filhos, como ela imagina ter sido o seu próprio passado.
A cenografia de Helio Eichbauer cria um ambiente para a ação que se configura como um lugar transitório, de passagem. Há o espaço interno da casa, composto por elementos de um cenário realista, mas dispostos de maneira despojada, que não se prende ao que seria a arquitetura da casa da família. Num plano acima do nível do chão, ao fundo do palco, uma passarela de ferro estabelece o trânsito com o universo exterior da peça, que é tanto a passagem literal entre a casa e a rua como um espaço que designa, em alguns momentos, uma outra temporalidade, a da narração. É como uma daquelas escadas de incêndio que ficam do lado de fora dos edifícios antigos norte-americanos, referência que situa a peça geográfica e historicamente, mas que também sugere a condição inquieta do personagem Tom, que está sempre com um pé na saída de emergência. A estante com o zoológico de vidro, o elemento da cenografia com maior carga simbólica da peça, é apresentado como apenas mais um móvel, sem receber um tratamento diferenciado, mas, quando é movimentado, os efeitos sonoros de Laércios Salles chamam a atenção para a fragilidade dos pequenos animais de vidro. Outros objetos e pequenos movimentos dentro da casa dos Wingfield recebem esse foco sonoro.
"Daniele Avila Small, Questão de Crítica"